Tradução: Jae Hyung Woo Editora: Todavia
Resumo
Comecei lendo esse livro sem nenhuma ideia sobre o tema, nas primeiras páginas achei que era algo e depois a estória caminhou em outra direção inesperada para mim. Han Kang escreveu uma estória sobre traumas, sobre mulheres, patriarcado e solidão. Acredito que uma análise completa só pode ser realizada por alguém com um profundo conhecimento da área da psicologia, pois existem vários elementos sobre sonhos, traumas que permeiam todo o livro.
A estória é dividida pela perspectiva de 3 personagens: marido de Yeonghye (vegetariana), O cunhado dela e sua irmã mais velha.
Yeonghye, personagem que vira vegetariana, acaba por enfrentar diversos problemas psiquiátricos, que aparentemente se desenvolveram de maneira lenta durante toda a sua vida, mas principalmente um trauma que sofreu na infância. Os 3 personagens principais vivem vidas vazias e no limite de uma tradicionalidade imposta socialmente que a contribuem para uma ruptura emocional. Lutam por uma imagem e desejam a vida de outra maneira, ou que pelo menos pudesse acontecer de outra maneira. A escrita de Han Kang é imersiva, mesmo em trechos mais brutos como a cena em que o cachorro é levado a morte por exaustão (trauma de Yeonghye). Li o livro praticamente de uma vez. Em muitos momentos me senti angustiado e incomodado, e acredito que seja essa a intenção da escritora.
Li a Vegetariana logo após ler a A trama das árvores. Ao final da estória, a Yeonghye diz que não quer mais se alimentar, pois, acredita que pode virar uma árvore, talvez por um desejo de morte e de não se sentir encaixada no mundo a que veio. Foi inevitável criar uma conexão com o livro do Powers sobre esse momento do livro.
É um livro sobre as mulheres, sobre as pressões sociais e as responsabilidades que recaem somente sobre elas em uma sociedade patriarcal. Sobre como as mulheres são sobrecarregadas e culpadas por tudo.